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Última atividade: 24 Dez, 2018

SBS - Sociedade Brasileira de Silvicultura

As plantações de eucalipto no Brasil

Por Sebastião Renato Valverde 

No Brasil, periodicamente, surgem acintosas críticas quanto ao eucalipto e a eucaliptocultura vindas, em muitos casos, de pessoas e instituições que, do ponto de vista técnico, social, econômico e ambiental, não são as mais apropriadas para tal.

Reconhecemos que existem críticos sérios e instituições de peso discutindo e apontando falhas nesta questão, o que é extremamente salutar para o setor florestal continuar progredindo; o problema é que o lado pejorativo disso, muitas vezes, pode retardar o crescimento da área plantada, prejudicando, assim, os produtores rurais, as indústrias florestais e o próprio Brasil.

Desta forma, buscando refletir sobre o que tem de positivo e real nas colocações é que ousamos comentar sobre tal assunto, no sentido de contribuir para que melhor se esclareça a população, sem querer esgotá-lo, dadas as suas magnitudes e complexidades.

O eucalipto é uma espécie arbórea pertencente à família das Mirtáceas e nativa, principalmente, da Austrália. São mais de 670 espécies conhecidas, apropriadas para cada finalidade de aplicação da madeira. No Brasil, seu cultivo em escala econômica deu-se a partir de 1904, a partir do trabalho do agrônomo silvicultor Edmundo Navarro de Andrade, para atender a demanda da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Mais precisamente a partir de 1965, com a lei dos incentivos fiscais ao reflorestamento, sua área de plantio no Brasil aumentou de 500 mil para 3 milhões de hectares.

Esses incentivos, sob os aspectos sócio-econômicos, contribuíram para uma maior participação do setor no PIB, emprego, renda, impostos e balança comercial. Sob o aspecto ambiental, vale ressaltar uma diminuição na pressão sobre as florestas nativas, abrigo para a fauna, proteção das águas e dos solos, melhoria da qualidade do ar, recuperação de áreas degradadas, contribuição para a mitigação do efeito estufa, etc.

Mesmo utilizando pouco da sua potencialidade, o setor florestal ainda é capaz de contribuir com cerca de 5% do PIB, US$3 bi em impostos e US$16 bi em exportações (segundo maior em superávit comercial), empregar mais de 2 milhões de pessoas e remunerar seus trabalhadores melhor que os de atividades similares. Praticamente, as plantações florestais destinadas à produção de madeira para energia, celulose e processamento mecânico, são muito mais responsáveis pela formação dos macro-indicadores do setor florestal brasileiro do que as florestas nativas, apesar dos seus quase 500 milhões de hectares disponíveis para produção contra apenas 5 milhões de plantio, sendo 3 de eucalipto, 1,8 de pinus, e o restante, outras espécies (seringueira, teca, etc).

No que tange ao mercado florestal, este tem melhorado substancialmente devido ao aquecimento da economia internacional e brasileira. Em função do rápido crescimento das plantações de eucalipto, que atingem produtividades cerca de 10 vezes mais que as dos países líderes deste mercado, o Brasil vem ganhando posições de destaque. Para se ter idéia, o crescimento das florestas na Finlândia, país tradicionalmente florestal, alcança, em média, rendimentos de 5 m 3 /ha.ano, Portugal, 10, Estados Unidos, 15, África do Sul, 18, e Brasil, 35; podendo porém alcançar de 60 a 70 m 3 /ha.ano. Vários estudos têm comprovado estes ganhos de competitividade da indústria florestal (celulose, chapas e serrados), em detrimento dos países tradicionais decadentes, que incomodados e convulsivos, suspiram ao verem frutificar iniciativas suicidas à eucaliptocultura no Brasil.

Os projetos de reflorestamento, independente da espécie plantada, caracterizam-se pelo elevado risco, técnico e econômico, a que estão sujeitos. Na maioria das vezes, estes riscos estão associados ao longo prazo, onde tudo se torna possível de ocorrer, como incêndios, pragas, doenças, sinistros, volatilidades de mercado e preços, afetando a viabilidade e a atratividade destes projetos. Outra característica deste tipo de projeto é o preço ainda baixo da madeira, em razão da existência de uma condição de mercado onde a competição se faz de forma imperfeita, prejudicial no curto prazo aos produtores rurais e, no médio e longo prazo, às empresas e consumidores.

No entanto, começam a se observar mudanças significativas neste mercado, onde o aumento na demanda por madeira, sem a correspondente oferta, tem provocado elevações nos preços. O diferencial deste tipo de projeto comparado com o agrícola, é que o aumento nos preços não se reflete imediatamente no aumento da oferta, pelo fato de que do plantio à colheita leva-se, pelo menos, de seis a sete anos.

Isto está provocando mudanças profundas e favoráveis ao mercado, valorizando a madeira e aumentando a atratividade. Como alteração estrutural, pode-se dizer que vem ocorrendo o repasse da atividade florestal aos produtores rurais, reduzindo assim os latifúndios e a monocultura e seus impactos ao ambiente e à população rural. Geralmente, este repasse tem sido feito através de uma parceria entre empresas florestais e produtores rurais, denominada de fomento florestal.

Mesmo diante de tantos benefícios das plantações florestais para a nação, estranhamente ganham espaço as críticas que comentaremos abaixo, que enquanto construtivas são bem vindas, porém, do contrário, devem ser rechaçadas.

As principais críticas alegam que o eucalipto é uma espécie exótica, piora o déficit hídrico do solo, reduz a fertilidade e o pH do mesmo, afugenta a fauna, as plantações formam grandes latifúndios e monocultura, apresenta pouca contribuição na geração e formação da renda e emprego, provocam o êxodo rural e reduzem o valor da propriedade.

Antes de se tecer quaisquer comentários, gostaríamos de esclarecer ao amigo leitor, que os fenômenos naturais são complexos e dinâmicos, difíceis de serem diagnosticados, mensurados e prognosticados. Então, quando vemos pessoas leigas falando com propriedade de determinados efeitos da eucaliptocultura sobre o meio, nos estarrecemos, pois nem os maiores especialistas do assunto, muitas das vezes, não afirmam categoricamente a respeito.

Tal como o eucalipto, praticamente toda a nossa base

Fonte

SBS

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Comentário de Soc. Mineira de Eng. Agrônomos em 29 julho 2013 às 12:49

Caro Altair

Saudações agronômicas

Exatamente, por sinal aqui em Minas Gerais, especialmente no nosso querido Brasil, detemos de mais tecnologia, pesquisas relacionadas com a área, esse setor tende a crescer cada vez mais. Mediante isso, esteja a vontade para apresentar artigos técnicos-científicos, dentre outros assuntos sobre o respectivo tema.

Att.

Comentário de altair roberto de carvlho em 29 julho 2013 às 12:43

a agricultura familiar que alimenta 75% dos povos do Brasil tem que caminhar também nesta proposta de agroflorestas

 

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