Doze guardiões de sementes de diversas localidades do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina, incluindo um representante do Uruguai, participaram da mesa de abertura do III Seminário Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar, com intuito de enaltecer a presença do papel do agricultor familiar na preservação das sementes crioulas. O evento, foi promovido pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS), e Emater/RS encerrou-se no dia 26 de julho de 2013. Tratando-se do resgate das sementes crioulas e os guardiões no mundo indígena. O evento aconteceu nas dependências da Embrapa e obteve mais de 150 interessados na temática.

Segundo o coordenador do evento e pesquisador Irajá Ferreira Antunes, a terceira edição do Seminário objetivou contemplar a identidade que a Unidade de pesquisa possui na agricultura familiar. "Busca-se promover um reconhecimento por parte da sociedade do papel que desempenha a agricultura familiar", argumenta. Para Irajá, esses encontros tem permitido trazer aos agricultores e ao mundo técnico-científico oportunidades e conhecimento mútuo, com o consequente aumento na eficiência das suas relações. 

 “Nessa edição, vamos focar nos guardiões indígenas, o reconhecimento de sua importância, o que representam e a necessidade de melhor entendê-los e apoiá-los", explicou. Ele ainda completou: "O evento quer manter viva essa chama de tentar melhorar o mundo em que vivemos, ao agregar conhecimentos e reivindicar um alimento de melhor qualidade".

Durante a sessão solene, o coordenador regional Zona Sul do Irga, André Luiz Oliveira, manifestou a importância de valorizar a missão pública das instituições parceiras no que se refere à segurança alimentar, para uma produção melhor e mais saudável das sementes.

A coordenadora regional da Emater/RS, Karin Peglow, renovou sua esperança nas instituições públicas quanto ao compromisso com o futuro das pessoas. "Esse Seminário reforça o pacto que nós temos na garantia da segurança alimentar do nosso Estado", declarou.


No discurso do diretor-executivo da Empresa, Waldyr Stumpf Junior, ficou claro a necessidade de a Embrapa desafiar uma batalha permanente em relação às sementes. "Nós precisamos avançar nas questões formais e legais, principalmente, na questão da semente", pontuou. 

Durante o primeiro dia do Seminário foram apresentadas a visão do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) pelo frei Sergio Gorgen e também o Plano Nacional de Agroecologia e Agricultura Orgânica. por Rogerio Dias, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA). 

Além disso, foram mostradas as experiências dos agricultores com as sementes crioulas desenvolvidas em diferentes regiões do Estado do Rio Grande do Sul, incluindo, locais mais distantes, como a região do Cerrado brasileiro, pela pesquisadora Terezinha Dias, da Embrapa Cerrados (Planaltina/DF), que fez com que os participantes conhecessem o trabalho com o grupo Krahôs. 

Na sequência, foi mostrada a visão da extensão rural quanto a questão indígena e as sementes crioulas, por Mariana de Andrade Soares, da Emater/RS. O professor Rogério Rosa, da UFPel, apresentou uma abordagem sobre as sementes e a cosmologia indígena e ainda os representantes da Bionatur e da União das Associações Comunitárias do Interior de Canguçu (Unaic), representados, respectivamente, por Patrícia Martins e Cléu de Aquino Ferreira, discorreram sobre seu papel e suas experiências com os agricultores da região.

No último dia do evento, 26 de julho, foram discutidas pelos próprios guardiões de sementes melhores formas de organização do segmento quanto à produção e à comercialização das sementes crioulas.

Homenagem ao precurssor

A coordenação do III Seminário Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar reservou um espaço para realização de reconhecimento à figura do ex-pesquisador Laercio Nunes, pela sua atuação precursora na construção de pesquisas destinadas à agricultura familiar dentro da Embrapa, especialmente pelas ações estabelecidas na Estação Experimental de Cascata (EEC).

O diretor-executivo Waldyr Stumpf Júnior homenageou Laércio Nunes por todo o trabalho prestado em prol da agricultura familiar e ao pequeno agricultor. Também destacou a sua importância por tudo que se conquistou até hoje em relação ao tema. Waldyr enalteceu sua contribuição em todas as ações práticas, com alto grau de operacionalidade. "Não são com as palavras, mas sim as ações que se constrói algo de fato", disse.

O ex-pesquisador Laércio Nunes enfatizou que continua ainda trabalhando e encarando enfrentamentos e avanços na agricultura familiar. "Me permito a cada dia me renovar, com uma equipe jovem, mas sinto que ainda posso contribuir", comentou.

FONTE

Embrapa Clima Temperado

 

 

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